quinta-feira, 14 de abril de 2011

Será que precisaremos destruir o templo novamente?

Imagino que você ao ler o título desta reflexão deve ter se perguntado: Aonde o autor quer chegar com tema? Mas, eu te convido caminhar comigo até o fim deste texto para refletirmos juntos, e com certeza extrairemos belas lições para nossas vidas.

Quando observo o evangelho que é vivido pelos cristãos da atualidade, fico me perguntando: Este é o mesmo evangelho que Jesus e os apóstolos pregaram? Você pode estranhar a minha resposta, mas eu acredito que sim. Mas você poderia me questionar: Onde estão os efeitos e sinais nos dias de hoje? Eu poderia te responder: Talvez estejam dentro dos templos (igrejas). Ainda assim você teria vários outros questionamentos, como eu também o tenho. Então vamos caminhar juntos nesta reflexão e talvez chegar a uma conclusão.

A destruição do templo de Jerusalém (70 dC.) foi de fato um marco para a igreja cristã no mundo inteiro. Alguém familiarizado com a linguagem judaica poderia interpretar como uma “vinda do Filho do homem sobre as nuvens do céu com poder e glória” (Lucas 21.27). Só depois que findasse a antiga ordem com a destruição do templo é que a evangelização mundial, realizada pela igreja cristã, agora inteiramente separada do judaísmo, poderia ser seriamente empreendida. Enquanto não acontecia a destruição do templo de Jerusalém a mensagem do evangelho não chegaria “a todas as nações” (Mateus 24.14), pelo fato dela estar “embrionada” dentro do templo.

Fazendo uma interpretação e uma analogia com este raciocínio, poderíamos afirmar que nos dias atuais estamos precisando de uma “nova queda” do templo atual para que o evangelho de Jesus volte a ser propagado com seriedade e veemência, pois a realidade que estamos vivenciando é totalmente diferente da proposta de Jesus. Hoje, a mensagem do evangelho está “embrionada” em algumas igrejas que perderam a sensibilidade da dor alheia. Em seu ministério terreno Jesus buscou incansavelmente sanar as angústias das pessoas e anunciar o seu reino. Temos hoje o evangelho “que dará certo” se você der o primeiro passo, mas este mesmo nunca atende as “necessidades” das pessoas. Jesus sempre se preocupou com o indivíduo, mas as igrejas hoje estão somente interessadas “no que têm” o indivíduo. Precisamos sair de nossas “vidinhas” sedentárias nos templos e começar a “testemunhar a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24.14). Queremos que o fim chegue sem ao menos tentarmos ganhar os nossos familiares, visinhos, esposas e esposos, filhos, colegas de trabalho, etc. Na verdade parece que queremos o céu somente para nós. O que nós temos feito quando saímos de nossos templos (igrejas) nos dias de culto? E quando acabam os nossos cultos, será que nos lembramos daqueles que estão sem Cristo quando caminhamos para nossos lares? Ou já saímos pensando somente na pizzaria e na lanchonete?

As nações que o evangelista Mateus estava se referindo é representada hoje pelos drogados visinhos de nossos templos; pelos visitantes de nossas igrejas que nem a menos sabemos o seu nome, nem tampouco conhecemos a sua casa; são aquelas milhares de vidas que se distanciaram de Jesus (desviados); são aqueles idosos nos asilos; crianças nos orfanatos; dependentes químicos nas casas de recuperação, etc.

“Caro amigo que reflete neste texto comigo, precisamos “urgentemente destruir” nossos templos”. Templos este que nos impedem com suas “paredes” dogmáticas, tradicionalistas, individualistas, discriminalistas, etc. de enxergarmos aqueles que estão do lado de fora das paredes dos templos, mas que necessitam urgentemente estar junto conosco nesta viagem rumo às mansões celestiais. Se não nos atentarmos para isso acredito que não embarcaremos nesta viagem. Se é que estamos na “lista de convidados” (necessitadodedeus.blogspot.com).



Sola Gratia

Sola Scriptura

Soli Deo Gloria


Por Roberto Braga


quarta-feira, 23 de março de 2011

DEUS CRIOU A DIVERSIDADE


                         Texto: 1 Coríntios 12.12 – 31a

Unidade e diversidade descrevem o corpo de Cristo. Todos os membros deste corpo têm um só propósito: glorificar a Deus. Cada membro tem diferentes dons, de forma que o corpo possa ser completo. A pessoa na portaria da igreja é tão importante quanto o pastor. A pessoa que cuida da contabilidade (tesoureiro) é tão importante quanto o ministro de louvor. Quando cada pessoa desempenha o seu papel, a igreja corre suave e saudavelmente e Deus é glorificado.

Paulo utiliza da figura de um corpo humano para relatar sua visão da essência da igreja. Na igreja local existem várias pessoas com personalidades e caráter diferentes, mas com a sua unidade a igreja progride na direção do Espírito Santo.

Na verdade as coisas que estamos vendo hoje é a réplica daquilo que Paulo viu em sua época. Ou seja, a supervalorização de algumas pessoas, de alguns dons, de alguns talentos e outras variedades de coisas está fazendo com que alguns dons e talentos essenciais que deveriam atuar na igreja desapareçam. Hoje os novos cristãos que estão chegando a nossas igrejas estão em busca dos dons que mais elevarão seus “egos”. As pessoas não querem “somar” para o crescimento do Reino de Deus, e sim, exteriorizar seu conhecimento, seu conhecimento de línguas estrangeiras utilizadas na Bíblia, boa retórica e oratória, mas pergunto: onde fica Deus nessa miscelânea? Confesso que não sei a resposta, mas estou buscando.

Este pequeno texto que escrevo é simplesmente uma reflexão para aqueles que ainda têm em si a “necessidade de Deus” (blog do amigo Edson da Tays), e não conseguem vê-lo no meio de tantas mensagens egocêntricas e não cristocêntrica.

Portanto, se utilizarmos todos os talentos e dons que o Senhor nos concedeu para “aperfeiçoamento dos santos”, nossas igrejas poderão visualizar e se deslumbrar com os mais belos sinais da presença de Deus. Façamos o que nos orientou o apóstolo Paulo: “Procurai com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31a).


Que essas mudanças comecem por aqueles que são exemplos de muitos: os líderes!


Que Deus abençoe a todos nós!


Por Roberto Braga